Friday, September 29, 2006

...silêncio


É neste silêncio mudo que falo e desabafo.
A imensidão do pensamento que divaga para além do que é conhecido por cada fracção do nosso ser, por vezes torna-se indigesto. Sinto-me como um recém-nascido, que se sacia sem fim até aquele importuno bolso se soltar do seu corpo!
A ampla ansia que se vai apoderando de nós acaba por ser traiçoeira, e aquilo que poderia ser um doce, torna-se no mais desagradável trago que deste em toda a tua vida.
E nada podes fazer! O que está feito, feito está!
A impotência corre-te nas veias, e é neste silêncio que tentas mais uma vez assimilar a agonia.
Sabes que ninguém te ouve, mas porfias em falar. Gritas, mas somente um sussurro te enche a alma.
Por enquanto é assim... ninguém te ouve, ninguém te compreende... assim como o recém-nascido acabado de chegar a este mundo, em silêncio!

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