Friday, March 28, 2008

Abraço

Acordo cedo.
A primeira luz do dia surge agora, mas não encontro mais o sono.
Ao meu lado, deitado na cama, ainda descansas profundamente. Encosto-me a ti para me aquecer, pois o frio da hora começa a assentar nos meus ombros. Envolvo-te com os meus braços, e dou-te um beijo demorado.

Simplicidades como esta fazem-me feliz, ao invés de tudo o resto que durante os dias nos atormenta e mói, e afinal, sem qualquer significado aparente.
Mas por vezes somos assim, quer queiramos quer não, filhos do passado, e como qualquer cria, a independência dos progenitores vai-se ganhando aos poucos, com cada dia vivido e sofrido (para o bem e para o mal).
Ontem (re)apercebi-me que a existência, mesmo sendo traçada em linha recta com um principio e um fim, é cíclica em simultâneo. E só com raras excepções consegues escapar-te ao quase certo, aquele que acontece porque tem que acontecer, e não o “certo” que acontece off the record.
Por vezes é difícil digerir as situações. E se estas se repetem e ainda não digeriste a última, o mais provável é ficares angustiado, e abandonares a realidade num deja vou redundante e sem fim.

Antes que seja tarde agarra-te a estes momentos, como um simples abraço e beijo sentido, e que tanto te deleitam.

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