Desassossego

Querida amiga, a saudade já não tem espaço para aqui morar! Sinto a falta do teu consolo e das tuas palavras amigas por estes dias que passam.
Vou ser sincera contigo, como sempre sou, e vou directa ao que te quero contar...
Sabes que o Filipe e eu temos uma relação óptima, e que tu mesmo me dizes que fomos feitos um para o outro. Eu não duvido de que o amo, e ele... não o diz todos os dias mas olha-me daquela maneira que me consola. Mas como nem sempre tudo é como nós queremos, e muita coisa nos foge do controlo, desde o inicio do ano que os dias têm sido muito conflituosos, muito mesmo, e eu estou a ficar tão cansada... ultimamente os bons momentos são poucos, são mesmo menos que os maus momentos...
Sei que tenho que ter calma, paciência, e que mesmo que os pensamentos menos bons me invadam a cabeça, o meu sentimento por ele está lá, intacto e para durar, mesmo sem haver paixão... tu mesma sabes que a paixão não dura sempre, ou que tem momentos em que nem se manifesta e é por isso que por vezes apetece-me perguntar-lhe o que significo de facto para ele? Ou, se ainda acredita em nós? Ou, se a nossa relação já deu tudo o que tinha para dar e se ao querermos insistir em algo que não tem futuro não nos vamos magoar os dois?...
Estas questões invadem-me a cabeça quase todos os dias desde há muito tempo (não te vou mentir, é mesmo a algum tempo), mas não tenho coragem de lhas dizer, pois de um momento para outro elas se evaporam quando ele aparece e me agarra em seus braços… tudo volta a ser como dantes e tudo se esvaneia! Mas infelizmente por pouco tempo…
Já falei com ele várias vezes, mas segundo ele as coisas não estão assim tão más como eu as “pinto”… já tentei alienar-me de algumas coisas que me perturbam mas não o consigo sozinha…
Que faço eu minha amiga? Que faço eu…

Com muito amor e saudade,
Brigite

(Obrigada pelo teu consentimento para escrever aqui as tuas palavras)