Monday, November 20, 2006

De mãos dadas



Ontem fui ver-te.
Estavas sentado no lugar de sempre; sonolento e taciturno.
Chamei-te.
Deste por mim e sorriste-te todo.
Dei-te um beijo…
Perguntaste como eu estava. Respondi e a mesma pergunta te fiz.
Brindaste-me com a tua mão. Peguei nela e olhei-te... mas não estava a ver-te. Por instantes... fugi dali…
Estava de mão dada, sim, mas não era contigo. Só o frio e a força débil de muitas décadas vividas, eram os mesmos.
Queria ter apertado mais vezes aquela mão, e conseguir um sorriso maroto das piadas que lhe davam mais brilho nos olhos…
Puxaste a minha mão e chamaste-me daquela forma que há muito não chamavas.
Parei de fugir. Ofereci-te um abraço e outro beijo, e um soluço que se escapou do meu peito.
Sorriste.
Levantaste-te e fomos passear ao sol desta estação. Sentámo-nos e olhei-te outra vez…
Dei graças por estares ali, comigo, e daquela forma tão singular.

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