Monday, November 6, 2006

Ganas !!!



Não sei o que me deu hoje, só sei que tive insónias como há muito não tinha! Sentia um fervor imenso dentro de mim, e enquanto estive esperta, a cabeça latejou incessantemente!
Das palmas das mãos escorria-me suor, como se eu tivesse estado a escrever horas a fio enquanto o tempo, meu aliado, esperava por mim!
A minha garganta estava seca, como se eu tivesse falado sem saber o que é uma pausa!
Parece que todos aqueles vocábulos e frases articuladas que guardei durante o passar dos dias, e que nos momentos mais oportunos não fui suficientemente forte para os dizer, se libertavam todos de uma só vez. Dos dedos soltava tinta, e da boca cuspia sons!
E enquanto se construía à minha frente uma página da minha vida, ofuscada pelas acções não premeditadas do meu inconsciente, encontrei o que (afinal) buscava… a razão das minhas insonolências…
Já com um quarto de século vivido, a experiência de vida não é nula, nem suficiente para dizer que já vivi o que tinha para viver. Sei que já fui muito feliz e muito triste, já ganhei e já perdi, já cai e levantei-me e já conheci em mim alguém que desconhecia, já lutei por o que hoje tenho, e já ultrapassei o que mais temia! Sei que tudo aquilo que dependia de mim para estar agora aqui, o tenho feito (ou tentado fazer) da melhor forma que me tem sido possível, mas também sei que aquilo que para mim é correcto, é errado para muitos outros, e o que me parece bem, pode ser o mal de outrem…
É por isso que dispenso a aparência com que tentam iludir os outros, e com que ensaiam transpor o que ainda não foi digerido! Não assimilo bem o lamento da perda de algo que nunca se teve, assim como as lágrimas que se soltam pela mágoa da fantasia que subestimou a verdade! Não me convencem com frases feitas e palavras ousadas, alimentando a mente de quem as lê com imagens do que não se viveu na sua plenitude!
Não é assim que se vive… num mundo que não este… onde os sonhos mais sonhados são o escape do dia a dia de quem não sabe aceitar o que lhe chegou às mãos, e afinal foi o que andou a derramar desde sempre!

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